
Era uma casa que não conhecia, uma casa que nunca lá estive, nunca a vi!
Uma casa gigante e bela.
Não me lembro de muita coisa, lembro-me das salas interligadas , vazias e enormes.
Eram enormes e as paredes á falta de mobilia tinham estatuas brancas e douradas, um dourado velho e bonito.Uma expressão real e melacólica.
Cada divisão tinha janelas enormes com cortinas pesadas e velhas.Gastas pelo tempo.A luz que entrava era imensa e com uma força estranha.Havia buracos no chão, buracos pequenos, não se via nada para dentro dos buracos, apenas escuro, mas havia buracos na madeira velha que não rangia com o nosso andar.
O nosso?
Sim,não estava sozinha, estava com mais uma serie de pessoas, não muitas, mas estavámos ali para dividir a casa, era a nossa herança.
Eu que nem tenho nada para receber de herança, estava naquela casa desconhecida e bela,para chegarmos á conclusão do que poderiamos fazer com ela.
Iriamos vender, reconstruir, dividir?
Não cheguei a conclusão nenhuma...
Lembro-me que havia uma rapariga morena bela.Um corpo esbelto e bem delineado com um vestido verde agua que condizia com o quarto onde se tinha tentado enforcar.Foi assim que a conhecemos, entrámos no quarto e lá estava ela a tentar enforcar-se.
Lembro-me das portas, havia portas com uma energia poderosa e má, essas parece que todos o detectámos e passamos á frente.
Acho que estavamos ali em tom de investigação, acho que todos queriamos encontrar uma arca cheia de documentos, cadernos e memorias que nos fizesse entender o porquê de ali estarmos.Mas cada quarto era um mar de vazio, parecia que a unica recordação era mesmo as estatuas, só elas poderiam falar e contar-nos alguma coisa.
Abrimos uma porta a pensar em mais um quarto e fomos dar a um jardim interno lindo,um paraiso proibido e mistico.
Na porta seguinte, ao abrir fomos dar á rua, uma rua que pertencia ao passado, um passado tambem desconhecido, mas era uma rua parada no tempo.Uma rua antiga, com pessoas antigas...Ninguém deu por nós, fez pensar se realmente estavamos ali...
De repente o despertador tocou...
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